Papa Francisco, Falso Profeta?

É difícil encontrar quem não goste do Papa Francisco. Ele é bonachão, gente boa, humilde, amigo dos pobres, não gosta de riquezas e opulências, não implica com os homossexuais e nem com os abortistas. Dizem até que ele vai andar de fusca, e como se pode ver na foto acima, gosta de coisas simples. Maravilha, não é mesmo?

E se eu lhe disser que o Papa Francisco veio para destruir a igreja católica e blasfemar contra Cristo, você acreditaria? É verdade, e é como católico que eu lhe digo isso.

Francisco é o representante da maçonaria infiltrada na igreja, que finalmente conseguiu eleger o seu papa. É duro dizer, mas o demônio chegou ao papado. Ele é a besta do Apocalipse 13-11 ”que se veste como um cordeiro (símbolo de Cristo), mas fala como um dragão” (blasfema contra Deus).

Você lembra o que Paulo VI disse? “A fumaça de satanás de infiltrou na igreja”. E agora chegou ao seu vértice.

João Paulo I foi assassinado com apenas trinta dias de pontificado, lembra? Tentaram matar João Paulo II logo no início de seu pontificado com um tiro à queima roupa, lembra? E Bento XVI, coitado, foi tão perseguido que acabou tendo que renunciar, como se fosse um incompetente. Escândalos e mais escândalos estouraram em seu pontificado. Até seus documentos pessoais foram roubados, para poder chantageá-lo.

E agora com Francisco não existem mais escândalos sexuais nem financeiros. A mídia, controlada pela maçonaria o está endeusando, fazendo dele um ídolo, um líder inovador, um mito. Reis, rainhas e governantes têm vindo beijar o seu anel, em reverência a “sua santidade”. Que mudança brusca, não é mesmo?

Mas o que deseja Francisco? É simples: a luta entre Deus e o diabo continua. Como o diabo sabe que nada pode contra Deus, passar um tempinho sentado na cadeira de Pedro já está bom, pois de lá ele pode “abrir a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar o seu nome, o seu tabernáculo e os habitantes do céu” (Apoc. 13-6).

Outra missão de Francisco é facilitar o surgimento do anticristo, pois ele trabalha segundo as ordens deste, pois está sob sua vigilância, como vemos em Apocalipse 13-12. Foi primeiro preciso “ferir o pastor” (Zacarias 13,7), ou seja tirar Bento XVI, para que as ovelhas fossem dispersas (os fies). A partir de agora haverá uma grande confusão e divisão dentro da igreja católica e no mundo todo, e no meio desta confusão surge o anticristo apoiado por Francisco, que aliás já declarou que o microchip (marca da besta) é benéfico para a humanidade, não existindo na Bíblia nada que impeça o seu uso (será que Francisco já leu o Apocalipse alguma vez?)

Outra missão suja de Francisco: promover o aborto e o homossexualismo no mundo. Estes dois pecados são abominações e dão poder à satanás. É por isso que tem dinheiro à vontade para promover parada gay no mundo todo e para praticar o aborto. No Brasil o próprio governo paga o médico para a mulher que queira abortar. Recentemente Francisco afirmou que os católicos são “obcecados” com o aborto e o homossexualismo. Sublimarmente ele disse: “esqueçam aborto e homossexualismo”. Aliás, quando esteve no Brasil Francisco não fez nada para evitar o aborto, cuja lei já estava pronta, e que agora foi assinada por Dilma.

Francisco está usando mensagens sublimares, para blasfemar contra a igreja, para ser mais claro, para avacalhar mesmo com ela.

Quando perguntado pela repórter o que achava do lobby gay dentro do vaticano, Francisco respondeu: “ser gay não tem problema”. E deu uma grande pausa. E depois continuou: “o problema é o lobby gay”.

A mensagem sublimarmente passada: o homossexualismo está liberado. Resultado: explosão do homossexualismo no mundo, tendo sido Francisco eleito o “homem do ano”, pela maior revista gay dos estados unidos. Eu já vi, na missa, vários casais gays se acariciando como se fosse a coisa mais normal do mundo. E ninguém pode falar nada, pois Francisco liberou, mesmo que sublimarmente.

Mas o pior de tudo é que Francisco está atentando contra o sacrifício de Cristo na Cruz. A blasfêmia maior de todas é a de negar o culto devido só a Deus para dá-lo às criaturas e ao próprio satanás.

Cristo derramou seu sangue na cruz para nos salvar. Foi para pagar o pecado de Adão e nos reconduzir ao Pai que Cristo se sacrificou por nós.

Agora, Francisco está anulando o sacrifício de Cristo. Recentemente ele disse: “não é preciso converter ninguém. Ajude o pobre e vá embora”.

Esta afirmação pode parecer bonita e caridosa, porém, ela elimina o sacrifício de Cristo.

Ajudar o pobre, o menor abandonado, o doente, a viúva desamparada e todos aqueles que precisam, é uma conseqüência do amor à Deus. Se amo à Deus, também amo ao meu próximo, e consequentemente o ajudo naquilo que ele precisa. Enquanto esteve na terra, Cristo ajudou intensamente os necessitados. Ajudar ao próximo é uma excelente atitude, que vai ajudar no nosso julgamento diante do Pai, pois “seremos julgados pelas nossas obras” (Rom 2-6).

Mas veja bem, o que salva não é a caridade. Jesus quando enviou os doze apóstolos disse: “Ide ao mundo e pregai o evangelho à toda criatura da terra. Aquele que crer e for batizado, será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16-16).

Cuidado, você pode passar a vida toda fazendo caridade e ir para o inferno.

E é isso que o papa Francisco quer, lhe levar para o inferno. Ele quer tirar Cristo do centro e colocar os pobres, mas pobre não salva ninguém, quem salva é Cristo.

Outra armação pesada de Francisco: “todas as religiões levam a Deus”. Parece bonito não é mesmo? Assim sendo, você pode ir na macumba, que lá você irá encontrar a Deus também.

Mas pense nisto: só Cristo morreu na cruz, logo, o caminho para o céu, é somente através dele. Você já viu algum Buda crucificado? Maomé foi pra cruz? E Alan Kardec, passou por lá? Veja o que disse o próprio Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida;ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14,6).

Repetindo o que disse Jesus:” Ninguém vem ao pai senão por mim”.

Cuidado: quando Francisco anunciar a criação da igreja ecumênica mundial, unindo todas as religiões, não caia na lábia dele. O que ele quer é lhe afastar de Cristo e levá-lo à Satanás.

Aqui novamente Francisco está querendo lhe levar para o inferno. Siga um caminho diferente ao de Cristo e você vai ver onde vai parar.

Aliás, recentemente Francisco disse que o inferno não existe mais. O que ele quer, é que você não creia mais na existência do inferno, para lhe mandar para lá.

“Roma perderá a fé, e converter-se-á na sede do anticristo". Sabe quem disse isto? Parece coisa de fanático, não é mesmo? Mas esta afirmação é de Maria, mãe de Jesus e nossa, em La salette, França em 1846, aparição reconhecida pela igreja. Veja a mensagem completa (http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/366/Os-Segredos-de-La-Salette), você vai se surpreender.

Na verdade, a partir de La Salette, Maria antecipou o que iria acontecer no mundo. Em Fátima, Portugal, em 1917, Maria disse que o demônio se infiltraria até o vértice na igreja, além de ter previsto o fim da primeira guerra, a expansão do comunismo e o início da segunda guerra. Acredita-se que o fato do demônio ter chegado ao papado, faça parte do terceiro segredo de Fátima, que na verdade não foi divulgado.

Em Akita, Japão em 1973 Nossa Senhora disse: "O Diabo se infiltrará até mesmo na Igreja de tal um modo que haverá cardeais contra cardeais, e bispos contra bispos. Serão desprezados os padres que me veneram e terão opositores em todos os lugares. Haverá vandalismo nas Igrejas e altares. A Igreja estará cercada de asseclas do demônio que conduzirá muitos padres a lhe consagrar a alma e abandonar o serviço do Senhor".

Eu já vi dois padres, em uma emissora católica, em rede nacional, incentivar o casamento civil gay, e ainda citam as encíclicas do papa Francisco para justificar tal abominação. O que os padres não dizem, é que os afeminados vão para o inferno, pois “não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus” (1Cor 6, 9-10), e também Apoc 21.8: Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte. Se você ler as mensagens marianas como La Salette, Akita, Fátima, Lourdes e outras, vai se surpreender com o que Maria tem dito. O problema é que Deus e sua mãe foram esquecidos por esta geração.

Assim sendo, o aviso foi dado. Muita coisa ainda vai acontecer daqui para frente. Fique atento pois Cristo realmente está voltando para instalar seu definitivo reino de amor. Não fique de fora.

Movimento de Resistência Católica Viva Bento XVI

Obs: Leia as postagens anteriores clicando em "Postagens Mais Antigas", no final do Blog ou "LEIA ARTIGOS ANTERIORES" e escolha o mês, abaixo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Cardeal Caffarra: SOMENTE UM CEGO PODE NEGAR A CONFUSÃO QUE O PAPA FRANCISCO ESTÁ FAZENDO NA IGREJA
14
Abaixo, FratresInUnum.com publica uma importantíssima entrevista do Cardeal Carlo Cafarra, arcebispo emérito de Bologna e atualmente uma das maiores autoridades em Teologia Moral, acerca dos dubia recentemente apresentados ao Papa Francisco. Pedimos aos nossos leitores que leiam atentamente e, para o bem da Igreja, divulguem essa entrevista. Diante das retaliações esboçadas contra o Cardeal Burke, Cafarra vem a público mostrar que o tema não é a conduta pessoal desse ou daquele cardeal, mas as contradições de Amoris Laetitia. De certo modo, ele devolve o tema ao debate, e num nível muito elevado. É realmente confortante podermos ler declarações tão lúcidas, nas quais se sente o seu amor à Igreja, a sua fidelidade à doutrina, a sua retidão de consciência e a serenidade de quem sabe estar cumprindo um dever. São palavras dignas de um bispo da Igreja!


http://www.ilfoglio.it/resizer/940/315/true/1484336753690_1484336766.jpg--_solo_un_cieco_puo_negare_che_nella_chiesa_ci_sia_grande_confusione___intervista_al_cardinale_caffarra.jpg?1484336767000


Entrevista com Cardeal Caffarra: “A divisão entre os pastores é a causa da carta que enviamos a Francisco. Não o seu efeito. Insultos e ameaças de sanções canônicas são coisas indignas”. “Uma Igreja com pouca atenção à doutrina não é mais pastoral, é apenas mais ignorante”.
Por Matteo Matzuzzi, Il Foglio, 14 de janeiro de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com
Bolonha. “Creio que devam ser esclarecidas diversas coisas. A carta, – e os dubia anexos –, foi longamente refletida, durante meses, e longamente discutida entre nós. Pelo que me diz respeito, foi também objeto de longas orações diante do Santíssimo Sacramento”. O cardeal Carlo Caffarra coloca estas premissas, antes de iniciar a longa conversa com ‘Il Foglio’, sobre a hoje célebre carta “dos quatro cardeais”, enviada ao Papa para pedir-lhe esclarecimentos em relação a Amoris Laetitia, a exortação que tirou as conclusões do duplo Sínodo sobre a família e que tanto debate, — nem sempre com nobreza e elegância —, desencadeou dentro e fora dos muros vaticanos.
“Estávamos conscientes de que o gesto que estávamos realizando era muito sério. As nossas preocupações eram duas. A primeira era a de não escandalizar os pequenos na fé. Para nós, pastores, este é um dever fundamental. A segunda preocupação era que nenhuma pessoa, crente ou não crente, pudesse encontrar na carta expressões que, mesmo remotamente, parecessem ainda que uma mínima falta de respeito para com o Papa. O texto final, portanto, foi fruto de diversas revisões: textos revisados, rejeitados, corrigidos”. Colocadas estas premissas, Caffarra entra no assunto.
“O que nos levou a este gesto? Uma consideração de caráter geral-estrutural e outra de caráter contingente-conjuntural. Comecemos com a primeira. Existe para nós, cardeais, o grave dever de aconselhar o Papa no governo da Igreja. É um dever, e os deveres obrigam. Há também o fato,  de caráter mais contingente, — que somente um cego pode negar —, que na Igreja existe uma grande confusão, incerteza, insegurança, causada por alguns parágrafos da Amoris Laetitia. O que está acontecendo nos últimos meses é que, sobre as mesmas questões fundamentais em relação à economia sacramental (matrimônio, confissão e Eucaristia) e a vida cristã, alguns bispos disseram A, outros disseram o contrário de A. Com a intenção de bem interpretar os mesmos textos”.
E “este é um fato, inegável, porque os fatos são teimosos, como dizia David Hume. O caminho de saída deste ‘conflito de interpretações’ seria o recurso aos critérios interpretativos teológicos fundamentais, utilizando os quais penso ser possível mostrar razoavelmente que Amoris Laetitia não contradiz a Familiaris Consortio. Pessoalmente, nos encontros públicos com leigos e sacerdotes, sempre segui este caminho”. Não foi suficiente, observa o arcebispo de Bolonha. “Entendemos que este modelo epistemológico não era suficiente. O contraste entre estas duas interpretações continuava. Havia um único modo para resolvê-lo: pedir ao autor do texto, interpretado de duas maneiras contraditórias, qual é a interpretação correta. Não há outro caminho. Colocava-se, em seguida, o problema sobre o modo pelo qual dirigir-se ao Pontífice. Escolhemos um caminho muito tradicional na Igreja, os assim chamados ‘dubia’”.
Por que? “Porque tratava-se de um instrumento pelo qual, caso o Santo Padre, segundo o seu soberano julgamento, tivesse querido responder, não seria obrigado a respostas elaboradas e longas. Deveria responder apenas ‘Sim’ ou ‘Não’. E remeter, como frequentemente os Papas o fizeram, aos autores de comprovado saber (em latim, ‘probati auctores‘), ou pedir à Doutrina da Fé que publicasse uma declaração adicional pela qual fosse explicado o ‘Sim’ ou o ‘Não’.  Parecia-nos o caminho mais simples. A outra questão que se colocava era se isto deveria ser feito privada ou publicamente. Refletimos e concordamos que teria sido uma falta de respeito tornar tudo público desde o início. Assim, o fizemos de modo privado, e somente quando tivemos a certeza que o Santo Padre não teria respondido, decidimos publicar”.
Este é um dos pontos sobre os quais mais se discutiu, e que deram origem a polêmicas relacionadas. Por último, veio o cardeal Gerhard Ludwig Müller, prefeito do ex Santo Ofício, que julgou como um erro a publicação da carta. Caffarra explica. “Interpretamos o silêncio como autorização para prosseguir o debate teológico. E, ademais, o problema envolve tão profundamente tanto o magistério dos bispos, (que, não esqueçamos, o exercem não por delegação do Papa, mas pelo próprio sacramento que receberam), como a vida dos fiéis. Uns e outros têm o direito de saber. Muitos fiéis e sacerdotes diziam: ‘mas os senhores cardeais, em uma situação como esta, têm o dever de intervir junto ao Santo Padre; senão, para que existem, se não ajudam o Papa em questões tão graves?’ Começava a produzir-se o escândalo de muitos fiéis, como se nós estivéssemos nos comportando como os cães que não ladram, dos quais fala o Profeta. Isto é o que há por trás daquelas duas páginas”.
Mesmo assim, as críticas choveram, inclusive de irmãos bispos ou monsenhores de cúria: “Algumas pessoas continuam a dizer que nós não somos dóceis ao magistério do Papa. É falso e calunioso. É exatamente porque não queremos ser indóceis que escrevemos ao Papa. Eu posso ser dócil ao magistério do Papa se sei o que o Papa ensina em matéria de fé e de vida cristã. Mas o problema é exatamente este: que sobre alguns pontos fundamentais não se entende bem o que o Papa ensina, como o demonstra o conflito de interpretações entre os bispos. Nós queremos ser dóceis ao magistério do Papa, mas o magistério do Papa deve ser claro. Nenhum de nós, — diz o arcebispo de Bolonha —, quis ‘obrigar’ o Santo Padre a responder: na carta falamos de soberano julgamento. Simples e respeitosamente fizemos perguntas. Finalmente, não merecem atenção as acusações de querermos dividir a Igreja. A divisão, já existente na Igreja, é a causa da carta, não o seu efeito. São, ao contrário, coisas indignas dentro da Igreja, sobretudo em um contexto como este, os insultos e as ameaças de sanções canônicas”. Na introdução da carta reconhecemos “uma grave perplexidade de muitos fiéis e uma grande confusão sobre questões muito importantes para a vida da Igreja”.
Em que consistem, especificamente, a confusão e a perplexidade? Responde Caffarra: “Recebi uma carta de um pároco que é uma fotografia perfeita do que está acontecendo. Escrevia ele: ‘Na direção espiritual e na confissão não sei mais o que dizer. Quando um penitente me diz: vivo, para todos os efeitos, como marido com uma mulher que é divorciada e agora estou comungando; eu lhe proponho um caminho para corrigir esta situação. Mas o penitente me detém e logo responde: ouça, padre, o Papa disse que posso receber a Eucaristia, sem precisar fazer o propósito de viver em continência. Eu não posso suportar mais esta situação. A Igreja pode me pedir tudo, mas não que eu traia a minha consciência. E a minha consciência tem objeções a um suposto ensinamento pontifício de permitir a Eucaristia para quem vive como marido e mulher, sem ser casado’. Assim escrevia o pároco. A situação de muitos pastores de almas, refiro-me sobretudo aos párocos, — observa o cardeal —, é esta: têm sobre os ombros um peso que não estão em condições de suportar.
É nisso que penso quando falo de uma grande perplexidade. Falo dos párocos, mas muitos fiéis estão ainda mais perplexos. Estamos falando de questões que não são secundárias. Não estamos discutindo se o peixe quebra ou não quebra a abstinência. Tratam-se de questões gravíssimas para a vida da Igreja e para a salvação eterna dos fiéis. Não devemos esquecer nunca que esta é a lei suprema da Igreja, a salvação eterna dos fiéis. Não outras preocupações. Jesus fundou a sua Igreja para que os fiéis tenha a vida eterna, e a tenham em abundância”.
A divisão a que se refere o cardeal Carlo Caffarra originou-se principalmente por causa da interpretação dos parágrafos de Amoris Laetitia que vão do número 300 ao 305. Para muitos, inclusive diversos bispos, encontramos aqui a confirmação de uma ruptura, não apenas pastoral, como também, e sobretudo, doutrinal. Outros, ao contrário, pensam que tudo está perfeitamente inserido e em conformidade com o magistério precedente. Como se pode sair de semelhante equívoco? “Colocaria duas premissas muito importantes. Pensar em uma práxis pastoral não fundamentada e enraizada na doutrina significa fundamentar e enraizar a práxis pastoral sobre o arbítrio. Uma Igreja com pouca atenção à doutrina não é uma Igreja mais pastoral, mas é uma Igreja mais ignorante.
A Verdade da qual nós falamos não é uma verdade formal, mas uma Verdade que nos concede salvação eterna: ‘veritas salutaris‘, em termos teológicos. Explico. Existe uma verdade formal. Por exemplo, quero saber se o maior rio do mundo é o Rio Amazonas ou o Rio Nilo. Esta é uma verdade formal. Formal significa que este conhecimento não tem nenhuma relação com o meu modo de ser livre. Mesmo que a resposta tivesse sido a contrária, não teria mudado nada no meu modo de ser livre. Mas há verdades que eu chamo de existenciais. Se é verdade, — como Sócrates já havia ensinado —, que é melhor padecer a injustiça do que praticá-la, estou enunciando uma verdade que provoca a minha liberdade para agir de um modo muito diverso se fosse verdade o contrário.
Quando a Igreja fala de verdade, — acrescenta Caffarra —, fala da verdade do segundo tipo, a qual, se é obedecida pela liberdade, gera a verdadeira vida. Quando ouço dizer que se trata apenas de uma mudança pastoral e não doutrinal, ou pensamos que o mandamento que proíbe o adultério seja uma lei puramente positiva que pode ser mudada, (e penso que nenhuma pessoa reta possa sustentar isto), ou isso significa admitir, sim, que o triângulo tem geralmente três lados, mas que existe também a possibilidade de construir algum que tenha quatro lados. Ou seja, estou dizendo um coisa absurda. Os medievais, além disso, diziam: “theoria sine praxi, currus sine axi; praxis sine theoria, caecus in via” (ndt: a teoria, sem a práxis, é como um carro sem eixo, que é o mesmo que dizer, sem rodas; a práxis, sem a teoria, é como um cego na estrada).
A segunda premissa que faz o arcebispo diz respeito “ao grande tema da evolução da doutrina, que sempre acompanhou o pensamento cristão. E que sabemos ter sido retomado de modo esplêndido pelo Beato John Henry Newman. Se há um ponto claro é que não há evolução onde há contradição. Se eu digo que ‘s’ é ‘p’ e depois digo que ‘s’ não é ‘p’, a segunda proposição não desenvolve a primeira, mas a contradiz. Aristóteles já havia justamente ensinado que ao se enunciar uma proposição universal afirmativa (por exemplo, todo adultério é injusto) e ao mesmo tempo uma proposição particular negativa tendo o mesmo sujeito e predicado (por exemplo, certos adultérios não são injustos), não se faz uma exceção à primeira. Mas a contradiz. Por fim, se quisesse definir a lógica da vida cristã, usaria a expressão de Kiekegaard: ‘Mover-se sempre, permanecendo sempre parado no mesmo ponto’”.
O problema, acrescenta o purpurado, “é ver se os famosos parágrafos nn. 300-305 de Amoris Laetitia e a famosa nota n.351 estão ou não estão em contradição com o magistério precedente dos Pontífices que enfrentaram a mesma questão. Segundo muitos bispos, estão em contradição. Segundo muitos outros bispos, não se trata de uma contradição, mas de um desenvolvimento. É por isso que pedimos uma resposta do Papa”. Chega, assim, ao ponto mais contestado e que tanto animou as discussões sinodais: a possibilidade de conceder aos divorciados e recasados civilmente a reaproximação à Eucaristia. Coisa que não encontra explicitamente espaço em Amoris Laetitia, mas que, segundo o juízo de muitos, é um fato implícito, que representa nada mais do que uma evolução em relação ao n. 84 da Exortação Familiaris Consortio, de João Paulo II.
“O problema no seu nó é o seguinte”, argumenta Cafarra: “O ministro da Eucaristia (em geral, o sacerdote) pode dar a Eucaristia a uma pessoa que vive more uxorio (ndt. como se fosse casada, isto é, tendo relações sexuais) com uma mulher ou com um homem que não é a sua mulher ou o seu marido, e não pretende viver em continência? As respostas são apenas duas: Sim ou Não. Ninguém, aliás, põe em questão que Familiaris consortio, Sacramentum unitatis, o Código de Direito Canônico e o Catecismo da Igreja Católica à esta pergunta respondam Não. Um Não válido, até que o fiel não proponha abandonar o estado de convivência more uxorio. Amoris Laetitia ensinou que, dadas certas circunstâncias precisas e realizado um certo percurso, o fiel poderia aproximar-se da Eucaristia sem se comprometer em viver a continência? Há bispos que ensinam que se pode. Por uma simples questão de lógica, se deveria, então, ensinar que o adultério não é um mal em si e por si. Não é pertinente apelar à ignorância ou ao erro em relação à indissolubilidade do matrimônio: um fato infelizmente muito difuso. Este apelo tem um valor interpretativo, não orientativo. Deve ser usado como método para discernir a imputabilidade das ações já realizadas, mas não pode ser princípio para ações a serem realizadas. O sacerdote – diz o cardeal – tem o dever de iluminar o ignorante e corrigir o errante”.
“Ao contrário, aquilo que Amoris Laetitia trouxe de novo sobre essa questão é a chamada aos pastores de alma de não se contentarem com responder Não (não se contentar, porém, não significa responder Sim), mas de tomar a pessoa pela mão e ajudá-la a crescer até o ponto que entenda que se encontra em uma tal condição que não pode receber a Eucaristia, se não cessar com as intimidades próprias dos esposos. Mas não é que o sacerdote possa dizer ‘ajudo o seu caminho dando-lhe os sacramentos’. E é sobre isso que, na nota n. 351, o texto é ambíguo. Se eu digo à pessoa que não pode ter relações sexuais com aquele que não é o seu marido ou a sua mulher, porém, no entanto, visto que isso é tão difícil, pode ter… apenas uma ao contrário de três por semana, não há sentido; e não uso de misericórdia para com essa pessoa. Porque, para pôr fim a um comportamento habitual – um habitus, diriam os teólogos – é necessário que haja o decidido propósito de não realizar nenhum ato próprio daquele comportamento. Há um progresso no bem, mas entre deixar o mal e iniciar a fazer o bem há uma escolha instantânea, mesmo que longamente preparada. Por um certo período, Agostinho rezava: ‘Senhor, dai-me a castidade, mas não já’”. A discorrer sobre os dúbia, parece-me compreender que, em jogo, mais do que Familiaris Consortio, esteja a Veritatis Splendor. É assim?
“Sim”, responde Carlo Cafarra. “Aqui está em questão aquilo que ensina a Veritatis Splendor. Esta Encíclica (6 de agosto de 1993) é um documento altamente doutrinal, nas intenções do Papa São João Paulo II, a tal ponto que – coisa excepcional atualmente nas encíclicas – é endereçada somente aos bispos, enquanto responsáveis da fé que se deve crer e viver (cf. n. 5). A estes, ao fim, o Papa recomenda serem vigilantes a respeito de doutrinas condenadas ou ensinadas pela própria encíclica. Aquelas, para que não se difundam na comunidade cristã, essas, para que sejam ensinadas (cf. n. 116). Um dos ensinamentos profundos do documento é que existem atos que podem ser por si mesmos e em si mesmos, prescindindo das circunstâncias em que são realizados e das intenções que o agente se propõe, qualificados como desonestos.
E acrescenta que negar este fato pode levar a negar o sentido do martírio (cf. nn. 90-94). Cada mártir, de fato – sublinha o arcebispo emérito de Bolonha – poderia ter dito: ‘Mas eu me encontro em uma circunstância… em tais situações para as quais o dever grave de professar a minha fé ou de afirmar a intangibilidade de um bem moral não me obrigam mais’. Se pensarmos às dificuldades que Tomás More sofria por causa de sua esposa, na prisão: ‘tens deveres para com tua família, para com teus filhos’. Não é, então, apenas um discurso de fé. Mesmo usando apenas a reta razão vejo que, negando a existência de certos atos intrinsecamente desonestos, nego que exista um confim além do qual os poderosos deste mundo não podem e não devem ir. Sócrates foi o primeiro no ocidente a compreender isso. A questão, portanto, é grave, e sobre isso não se podem deixar incertezas. Por isso, nos permitimos pedir ao Papa para deixar claro, porque há bispos que parecem negar tal fato, fazendo referência a Amoris Laetitia. O adultério, de fato, sempre foi considerado entre os atos intrinsecamente maus. Basta ler o que diz Jesus a respeito, São Paulo e os mandamentos dados por Deus a Moisés”. Mas há ainda espaço, hoje, para os assim chamados atos “intrinsecamente maus”. Ou, talvez, é tempo de olhar mais o outro lado da balança, ao fato que tudo, diante de Deus, pode ser perdoado?
Atenção, diz Cafarra: “Aqui se faz uma grande confusão. Todos os pecados e as escolhas intrinsecamente desonestas podem ser perdoadas. Então, ‘intrinsecamente desonestos’ não significa ‘imperdoáveis’. Jesus, todavia, não se contenta em dizer à adúltera: ‘Nem eu te condeno’. Diz-lhe também: ‘Vai e, de agora em diante, não peques mais’ (Jo 8,10). São Tomás, inspirando-se em Santo Agostinho, faz um comentário belíssimo, quando escreve que ‘Teria podido dizer: vai, e vivas como queiras e estejas certa do meu perdão. Não obstante todos os teus pecados, eu te libertarei dos tormentos do inferno. Mas o Senhor, que não ama a culpa e não favorece o pecado, condena a culpa… dizendo: de agora em diante, não peques mais. Mostra-se, assim, como é terno o Senhor em sua misericórdia e justo na sua Verdade’ (cf. Comentário a João, 1139). Nós somos verdadeiramente – não é apenas um modo de dizer – livres diante do Senhor. E, então, o Senhor não nos joga seu perdão por trás de nossas costas. Deve haver um admirável e misterioso matrimônio entre a infinita misericórdia de Deus e a liberdade do homem, que se deve converter se quiser ser perdoado”.
Perguntamos ao cardeal Cafarra se uma certa confusão não deriva também da convicção, radicada também entre tantos pastores, de que a consciência seja uma faculdade para decidir autonomamente em relação àquilo que é o bem ou o mal, e que em última análise a palavra decisiva seja da consciência individual. “Considero este o ponto mais importante de todos”, responde. “É o lugar onde nos encontramos e desencontramos com a pilastra fundamental da modernidade. Comecemos por esclarecer a linguagem. A consciência não decide, porque ela é um ato da razão; a decisão é um ato da liberdade, da vontade. A consciência é um juízo em que o sujeito da proposição que o exprime é a escolha que estou para realizar ou que já realizei, e o predicado é a qualificação moral da escolha. É, então, um juízo, não uma decisão. Naturalmente, cada juízo racional se exercita à luz de critérios, de outro modo não seria um juízo, mas qualquer outra coisa. Critério é aquilo com base em que eu afirmo aquilo que afirmo ou nego aquilo que nego. A este ponto, é particularmente iluminante uma passagem do Tratado sobre a consciência moral do Beato Rosmini: ‘Há uma luz que está no homem e há uma luz que é o homem. A luz que está no homem é a lei da Verdade e a graça. A luz que é o homem é a reta consciência, porque o homem se torna luz quando participa da luz da lei da Verdade mediante a sua consciência conformada àquela luz’. Ora, diante dessa concepção da consciência moral se opõe a concepção que erige como tribunal inapelável da bondade ou malícia das próprias escolhas a própria subjetividade. Aqui, para mim – diz o purpurado – está o desencontro decisivo da visão da vida própria da Igreja (porque própria da divina Revelação) e a concepção da consciência própria da modernidade”.
“Quem viu isso de maneira lucidíssima – acrescenta – foi o Beato Newman. Na famosa carta ao Duque de Norfolk, diz: ‘A consciência é um vigário aborígene de Cristo. Um profeta nas suas informações, um monarca nas suas ordens, um sacerdote nas suas bênçãos e nos seus anátemas. Para o grande mundo da filosofia de hoje, estas palavras não são verbosidades vãs e estéreis, privadas de um significado concreto. Em nosso tempo, ferve uma guerra renhida, diria, quase uma espécie de conspiração contra os direitos da consciência’. Mais adiante, acrescenta que ‘em nome da consciência se destroem as verdadeiras consciências’. Eis porque, entre os cinco dúbia, o número cinco é o mais importante. Há uma passagem de Amoris Laetitia, no n. 303, que não está clara; parece – repito: parece – admitir a possibilidade de haver um juízo verdadeiro da consciência (não invencivelmente errôneo; isso sempre foi admitido pela Igreja) em contradição com aquilo que a Igreja ensina como atinente ao depósito da divina Revelação. Parece. E, por isso, apresentamos a dúvida ao Papa”.
“Newman – recorda Cafarra – diz que ‘se o Papa falasse contra a consciência, tomada no verdadeiro significado da palavra, cometeria um verdadeiro suicídio, cavaria uma fossa debaixo dos seus pés’. São coisas de uma gravidade alarmante. Não diga nunca a uma pessoa: ‘Siga sempre a tua consciência’, sem acrescentar, sempre e na mesma hora: ‘Ama e procura a verdade sobre o bem’. Colocaria em suas mãos a arma mais destrutiva da sua humanidade”.

Matéria original:http://www.ilfoglio.it/chiesa/2017/01/14/news/carlo-caffarra-papa-sinodo-famiglia-coscienza-newman-chiesa-114939/
Fonte:https://fratresinunum.com/2017/01/16/cardeal-caffarra-somente-um-cego-pode-negar-que-haja-uma-grande-confusao/

Um comentário:

  1. Cristãos não sigam o falso papa que eo falso profeta do apocalipse ele veio do inferno defendam a Jesus e maria.leiam são Malaquias d WWW.jesusfala.org

    ResponderExcluir